sábado, 30 de junho de 2012

Movimento Modernista






Movimento Modernista ,
discutindo a identidade e os rumos da nação brasileira na década de 1920
  Em síntese: Na década de 1920 era nítida a preocupação de se discutir a identidade e os rumos da nação brasileira. Todos tinham algo a dizer - políticos, militares, empresários, trabalhadores, médicos, educadores, mas também artistas e intelectuais. Como deveria ser o Brasil moderno? Através da literatura, das artes plásticas, da música, e mesmo de manifestos, os artistas e intelectuais modernistas buscaram compreender a cultura brasileira e sintonizá-la com o contexto internacional. O marco de seu movimento foi a Semana de Arte Moderna de 1922. Mas havia também intelectuais preocupados com a reforma das instituições - a começar pela Constituição de 1891 -, que se dedicaram a apresentar propostas para a reorganização da sociedade brasileira.
A entrada do Brasil na modernidade foi parte de um processo complexo em que se entrecruzaram dinâmicas diferentes. Nas primeiras décadas do século XX aceleraram-se a industrialização, a urbanização, o crescimento do proletariado e do empresariado. De outro lado, permaneceram a tradição colonialista, os latifúndios, o sistema oligárquico e o desenvolvimento desigual das regiões. De toda forma, com a expansão dos centros urbanos, modificaram-se os valores da cultura cotidiana e os próprios padrões da comunicação social. As idéias de simultaneidade, concisão, fragmentação, velocidade e arrojo passaram a expressar os tempos modernos. As Kodaks, o cinema e as revistas ilustradas captavam um mundo feito de imagens. Era inevitável que a arte expressasse as transformações trazidas pela modernidade. Mas, no Brasil, outros problemas também preocupavam artistas e intelectuais. "Nós não nos conhecemos uns aos outros dentro do nosso próprio país." A frase, do escritor carioca Lima Barreto, caracteriza bem o espírito da década de 1920. Era um tempo de indagações e descobertas. A tarefa que se impunha era a de construir a nação, e isso significava também repensar a cultura, resgatar as tradições, costumes e etnias que haviam permanecido praticamente ignorados pelas elites. A questão da identidade nacional estava agora em primeiro plano: que cara tem o Brasil? Artistas e intelectuais buscaram responder a essa pergunta, e esse esforço foi uma característica importante do modernismo brasileiro. Isso não quer dizer que o modernismo tenha sido um movimento homogêneo. Ao contrário: produziu imagens e reflexões sobre a nacionalidade profundamente contrastantes entre si.
A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo no ano de 1922, representou uma verdadeira "teatralização" da modernidade. Mas o movimento modernista não se resumiu à Semana. Na verdade começou antes de 1922 e se prolongou pela década de 1930. Tampouco se restringiu a São Paulo. Houve também uma modernidade carioca, e a proliferação de revistas e manifestos por todo o país indica que o raio de ação do movimento foi maior do que se supõe.
Assim como a Exposição Universal do Rio de Janeiro de 1922, a Semana de Arte Moderna fazia parte da agenda oficial comemorativa do Centenário da Independência. O evento teve grande impacto na época, pois formalizou e discutiu questões que já se estavam esboçando na vida cultural. Por exemplo: como integrar tradição e modernidade? regional e universal? popular e erudito?
Mário de Andrade defendia a perspectiva de integração dinâmica do passado ao presente. No "Prefácio interessantíssimo" de seu livro de poemas Paulicéia desvairada (1922), definia o passado como "lição para meditar não para reproduzir". A tradição em si não tinha valor, a não ser que estabelecesse um elo vivo com a atualidade. Era esse o sentido dos estudos folclóricos a que se dedicou. Seu célebre livro Macunaíma (1928) mostra um herói que nasce índio, torna-se negro e no final é branco. O herói Macunaíma sobrevoa o Brasil nas asas de um pássaro. O que importava era destacar a nossa multiplicidade étnico-cultural, vislumbrar o conjunto da nacionalidade.
  
 Outro autor modernista de renome, Oswald de Andrade, propunha no "Manifesto pau-brasil" (1924) uma síntese capaz de unir o "lado doutor" da nossa cultura ao lado popular. Já no "Manifesto antropofágico"(1928), sugeria um projeto de reconstrução da cultura nacional. Metaforicamente, deveríamos devorar e absorver de maneira crítica as influências do "inimigo" externo. As idéias do futurismo, do dadaísmo e do surrealismo poderiam ser integradas à nossa cultura desde que fossem reelaboradas. No quadro de Tarsila do Amaral intitulado "Abaporu" - que significa "o homem que come" - está expressa plasticamente a idéia da integração cultural.
Abaporu.jpg  Abaporu

   O grupo dos verde-amarelos, por sua vez, tinha idéias bastante diferentes: propunha um "retorno ao passado", considerado como o depositário das nossas verdadeiras tradições.      Via no popular, com sua índole pacífica, a alma da nacionalidade, a ser guiada pelas elites político-intelectuais do país. No manifesto "Nhengaçu verde-amarelo" (1929), defendia as fronteiras nacionais contra as influências culturais estrangeiras. Nesse ponto o grupo reforçava a tese do nacionalismo militarista de Olavo Bilac, fundador da Liga de Defesa Nacional e criador da figura do "poeta-soldado". As idéias dos verde-amarelos seriam mais tarde incorporadas pelo regime autoritário do Estado Novo (1937-1945).
Entre os intelectuais dos anos 20 cujas análises visavam à definição de novos rumos para o país, incluíam-se Oliveira VianaGilberto Amado, Pontes de Miranda. Eles escreveram ensaios que foram publicados em 1924 em uma coletânea organizada por Vicente Licínio Cardoso, chamada À margem da história da República. Na base de seu ideário estava o pensamento do político e escritor fluminense Alberto Torres.
   Um dos nossos maiores problemas, na opinião desses pensadores, era a debilidade do governo federal. A Constituição de 1891 estava a seu ver ultrapassada, e isso por dois motivos principais: possuía inspiração externa e assegurava grande poder aos estados em detrimento do poder central. Urgia que o país construísse seu próprio modelo e criasse instituições adequadas à realidade nacional.


Fonte:

Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) -   FGV     






sexta-feira, 29 de junho de 2012

Idade Média - Explicando o feudalismo









    Durante a grande crise do império romano, no século III, o território foi dividido em duas partes: Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente, cuja capital era Constantinopla.
   Sendo assim, é importante que você entenda que durante a Idade Média, se desenvolveram dois tipos de estruturas muito distintas. No Ocidente, predominou o feudalismo e no Oriente, dois grandes impérios se organizaram, o Bizantino e o Islâmico.

  
  A expressão “Idade Média” começou a ser usada no século XVIII por historiadores europeus que entenderam esse período como o meio da história.      
  Hoje em dia, isso não tem mais sentido, pois estamos na Idade Contemporânea.
  Quando nos referimos à Idade Média, o fazemos dando a entender de que se trata de algo muito antigo, velho e cercado de ignorância. Isso acontece por que os historiadores até o século XX consideravam que nesse período não teria havido evolução no modo de viver e pensar das pessoas medievais. Em função desse pensamento, termos pejorativos surgiram para designar esse período, como por exemplo, “noite dos mil anos” ou “idade das trevas”.
   Expressões assim são puro preconceito, pois, a sociedade medieval pensava de acordo com a sua época, assim como nós nos tempos atuais.





   A Idade Média é um período muito extenso, cerca de mil anos, recheada de mil acontecimentos! Em função disso, para facilitar nossos estudos, utilizaremos a seguinte divisão para melhor compreender esse período:

- Alta Idade Média: que se inicia com a queda do Império Romano e vai até o século XI. Nesse período ocorreu a estruturação de dois grandes reinos no Oriente- o Império Bizantino e o Império Islâmico. No mundo Ocidental ocorreu a formação e a cristalização do feudalismo, logo após a desfragmentação do Império Carolíngio.

- Baixa Idade Média: é o período de desestruturação do feudalismo, quando a vida comercial e urbana ressurgiram e o “mundo” foi tomando as feições que hoje conhecemos.


Alta Idade Média na Europa ocidental


   Na Europa Ocidental, logo após as invasões bárbaras - os romanos chamavam de bárbaros todos aqueles que não falavam latim e que não seguiam os seus costumes. Nesse caso, são exemplos de povos bárbaros: entre os germanos - godos, visigodos, anglos, saxões, hérulos, vândalos, francos e outros - ao Império Romano do Ocidente, especialmente nas cidades, ocorreram profundas transformações, como por exemplo:

- a imensidão do Império Romano foi ocupada por uma série de reinos bárbaros;

- a religião cristã se fortaleceu e tornou-se a principal religião na Europa Ocidental;

- o comércio que ligava diversas cidades do império, enfraqueceu e cedeu lugar a uma economia de subsistência, onde o artesanato, a agricultura e a pastoreio eram as principais atividades desenvolvidas, mas tudo voltado apenas para o consumo próprio;

moeda praticamente deixou de ser utilizada, já que se produzia apenas para o próprio consumo;

- a vida agitada das antigas cidades romanas desapareceu, pois os moradores dessas cidades dirigiram-se para o campo.   No campo, as diversas propriedades rurais, foram chamadas de feudos e os donos dessas propriedades eram chamados de senhores feudais. Como as invasões bárbaras se estenderam por muitos séculos, as propriedades rurais precisarem ser fortificadas. Foram construídos os castelos, cercados de muralhas de pedras;

- a eficiência e a centralização administrativa dos romanos foram substituídas pela total descentralização política, ou seja, o poder de fato era exercido pelo senhor feudal. O senhor feudal devia obediência ao rei, mas tinha plenos poderes em suas terras;

- plebeus, antigos escravos e muitos bárbaros, tornaram-se servos e assim, a economia que se baseava no modo de produção escravista, passou a se basear no modo de produção servil;

   A soma de todas essas transformações foi denominada feudalismo e desse ponto em diante, trataremos das características do feudalismo durante a Alta Idade Média (século V ao XI).


Abaixo, imagem de uma propriedade feudal



As terras de um feudo eram organizadas da seguinte forma:

·         Manso Senhorial – Representava cerca de um terço da área total e nela os servos e vilões trabalhavam alguns dias por semana. Toda produção obtida nessa parte da propriedade pertencia ao senhor feudal.

·         Manso Servil – Área destinada ao usufruto dos servos. Parte do que era produzido ali era entregue como pagamento ao senhor feudal.

·              Manso Comunal – Era a parte do feudo usada em comum pelos servos e pelos senhores. Destinava-se à pastagem do gado, à extração de madeira e à caça, direito exclusivo dos senhores.


Obrigações dos servos :

·          Corvéia – prestação de trabalho gratuito durante vários dias da semana no manso senhorial;

·          Talha – entrega ao senhor de parte da produção obtida no manso servil;

·     Banalidade pagamento de taxa pelo uso do forno, do lagar (onde se fazia o vinho) e do moinho, dentre outros equipamentos do feudo;



As origens do feudalismo...

   Depois das invasões bárbaras ao Império Romano uma porção de reinos bárbaros ocuparam as antigas cidades romanas.
   Esses reinos tiveram curta duração, já que administrativamente eles não eram eficientes.
Um reino bárbaro que prosperou e teve muita influência na formação do feudalismo, foi o reino dos francos ou também chamado de Império Franco carolíngio.

   O quadro a seguir, que reúne as principais características desse reino:




Reis do Império Franco
Localização: Germânia e Gália

Dinastia Merovíngia 
Clóvis (482- 511)



Reis Indolentes

Dinastia Carolíngia
Pepino, o Breve
Dinastia Carolíngia
Carlos Magno(768-814)
*Os francos viviam divididos em várias tribos. Clóvis unificou várias delas, tornando-se rei e fundador da dinastia.

*Empreendeu grandes conquistas (França atual e parte da Alemanha).

*Converteu-se ao cristianismo, obtendo assim o apoio da Igreja Católica, sintetizando assim o poder espiritual e temporal.

*O apoio mútuo significou expansionismo territorial para ambos.
Os reis francos eram coroados ainda muito inexperientes – com 12 anos. Em função disso, era comum que o major domus, espécie de primeiro ministro do palácio, administrasse o reino.
major domus, era oriundo de ricas famílias aristocráticas e homens fortes do poder real.

 Os últimos reis da dinastia merovíngia foram chamados de indolentes, porque além de se interessarem somente por festas, caçadas e torneios, entregaram a administração para os chamados prefeitos do palácio, responsável pela administração, coleta de impostos, divisão das terras e comando do exército)
*Um desses prefeitos, Carlos Martel, ficou famoso por deter o avanço dos muçulmanos na Europa Ocidental (Batalha dos Poitiers, 732), o que resultou em maior aliança entre o reino e a Igreja Católica.
*Pepino, filho de Carlos 
Martel, apoiado pela igreja deu um golpe de estado e proclamou-se rei. Deu início à nova dinastia.

*A pedidos da Igreja Católica expulsou os lombardos da Itália e doou as terras para o Papa (é assim que surge o Vaticano).
* Carlos Magno, filho de Pepino, assume ao 
governo.

*É coroado pelo papa Leão III. A Igreja Católica reconhecia o reino franco como  o sucessor do Império Romano.

*Empreendeu grandes conquistas territoriais, convertendo povos bárbaros e germânicos em cristãos: França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, R.Theca, P. Itálica, Espanha.

Era muito comum nesse reino as relações feudo vassálicas. 

Essas relações têm tudo a ver com a palavra feudo, que significa mais ou menos o seguinte:  

Um benefício,  um direito que uma pessoa possui sobre um determinado bem que recebeu em troca de um favor ou serviço prestado.


  Sendo assim, as relações feudo vassálicas se estabeleciam mais ou menos da seguinte forma:   quando um senhor feudal recebia auxilio de outros senhores para conquistar uma determinada região, por exemplo, doava como agradecimento, um feudo. 
   O feudo, em geral, era uma grande propriedade de terra, mas podia ser também um castelo ou o direito a um determinado cargo de prestígio. Aquele que doou era chamado de suserano e o que recebeu de vassalo.

  Essas relações só eram estabelecidas entre aqueles que faziam parte da nobreza. O rei era considerado o suserano-mor.




Observações : 
Não confundam relações de vassalagem com relações Servis. 


   Após a morte de Carlos Magno, em 814, o Império Carolíngio perdeu seu esplendor. Luís, o Piedoso fez um governo fraco e incapaz de manter a autoridade do poder central – terras da igreja e vários domínios senhoriais se tornaram autônomos. Para agravar ainda mais a situação, uma nova onda de invasões acometeu a Europa – dessa vez eram os vikings, os sarracenos e os húngaros.
Após a morte de Luís, o reino foi dividido entre seus filhos pelo Tratado de Verdun no ano de 843.




·         Carlos, o Calvo, ficou com a França Ocidental (que deu origem ao Reino da França);
·          Luís, o Germânico, com a França Oriental (a futura Alemanha);
·          Lotário, com a França Central, repartida após a sua morte, em 870, entre Carlos e Luís.

Depois de Verdun, a autoridade real esfacelou-se rapidamente - condes, duques e marqueses usurpam os poderes reais e passam a exercê-los em nível local. Em 877, os domínios, denominados de feudos, tornam-se hereditários. Em 911, o rei Carlos, o Simples, incapaz de deter os ataques vikings, cedeu-lhes o ducado da Normandia, origem de sua outra denominação, normandos.

O ano de 911 viu também o fim do ramo germânico dos carolíngios, com a morte de Luís, o Jovem. Em 987, morrendo o último soberano carolíngio da França Ocidental, Luís 5º, os aristocratas escolheram Hugo Capeto, Conde de Paris, como rei. Esse foi o fim da dinastia carolíngia.


Fontes:










sexta-feira, 22 de junho de 2012

Primeira Guerra Mundial - Exercícios



















Abaixo alguns exercícios sobre a Primeira Guerra Mundial. Os exercícios  05 e 10  ( não resolvidos), poderão ser explorados na próxima avaliação bimestral. 




Exercícios sobre a Primeira Guerra

01  (OSEC) Um dos fatores da I Grande Guerra foi a rivalidade industrial entre a Alemanha e a Inglaterra, porque:

a) a Alemanha vinha dominando grande parte dos mercados de consumo até então pertencentes à Inglaterra
b) os alemães haviam obtido o controle comercial sobre o Império Otomano
c) os alemães receavam o poderio econômico inglês, acreditando na eliminação da rivalidade por meio de uma guerra 
d) os ingleses temiam a penetração alemã em suas colônias, como se estava verificando na Austrália
e) Nenhuma das alternativas acima


02  (UFRN) Em 1914, a crise balcânica atingiu um momento de grande tensão, quando a Áustria e a Sérvia entraram  em atrito devido ao (à):


 a)  Tentativa da Áustria de anexar a Sérvia
     b)  Tentativa da Rússia de anexar a Sérvia
     c)   Patrocínio da independência da Albânia pela Áustria, privando a Sérvia de uma saída para o mar
     d) Anexação da Bósnia e Herzegovina pela Áustria;
 e) Nenhuma das alternativas acima


03  (PUC) O fim da I Guerra Mundial trouxe, entre outras conseqüências:

           a)   a ampliação do território alemão, em detrimento com a Polônia
       b)    a dominação da Alemanha pelas forças de ocupação aliadas
        c)      a simplificação do mapa político da Eurásia pelo desaparecimento de numerosos pequenos Estados
       d)      a unificação política do Oriente Médio, sob a liderança do Egito
        e)       o aparecimento de numerosos novos Estados, em virtude da desintegração dos Impérios Otomano, Austro- Húngaro e Russo


04  Qual dos fatores abaixo NÃO está ligado à I Guerra Mundial enquanto causa?

      a)    A Crise Balcânica
       b)    A disputa colonial 
       c)  A crescente procura de mercados e matérias-primas
      d)   Interesses da França em dominar o Império Austro Húngaro
      e)   Conflitos nacionalistas




05 (UFRJ 2004)

"A mesma velha trincheira, a mesma paisagem,
Os mesmos ratos, crescendo como mato,
Os mesmos abrigos, nada de novo,
Os mesmos e velhos cheiros, tudo na mesma,
Os mesmos cadáveres no front,
A mesma metralha, das duas às quatro,
Como sempre cavando, como sempre caçando,
A mesma velha guerra dos diabos."
            (soldado inglês)

"Estamos tão exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia acontecer seria os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa conosco. Não seremos substituídos. Os aviões lançam projéteis sobre nós. Ninguém mais consegue pensar. As rações estão esgotadas - pão, conservas, biscoitos, tudo terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio inferno."
            (soldado alemão)

Fonte: Marques, Adhemar Martins et at (orgs.). História Contemporânea através de textos. São Paulo, Contexto, 2000, pp. 118 e 120.

 Os fragmentos apresentam o depoimento de dois soldados, um inglês e o outro alemão, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

       a )    Identifique duas características que estejam presentes em ambos os textos e expressem os sentimentos dos combatentes nessa fase da Primeira Guerra Mundial

        b) Cite duas conseqüências geopolíticas da Primeira Guerra para a Europa entre 1918 e 1939.




06. (Ufes1999)  Explique como a questão da Bósnia-Herzegovina influiu na deflagração da Primeira Grande Guerra Mundial.

   Em 1908 a Áustria anexou a Bósnia contrariando o imperialismo sérvio nos Balcãs e acirrando o nacionalismo sérvio que culminou com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, o príncipe austríaco, em 28 de junho de 1914, por um nacionalista do grupo "mão-negra", fato que deu início à Primeira Guerra Mundial.

 
07. (G1 1996)  Explique a Paz Armada, que antecedeu a Primeira Guerra Mundial

Foi a corrida armamentista entre as potências europeias caracterizada pela expansão da indústria bélica. 

08 (G1 1996)  Quais foram as alianças políticas e militares na Europa que antecederam a Primeira Guerra Mundial?

Tríplice Aliança formada por Alemanha, Itália e Áustria-Hungria e Tríplice Entente, formada por Inglaterra, França e Rússia. 
 
09. (Unesp 1991)  Esclareça por que a guerra de 1914 a 1918 é chamada de "Mundial" e relacione os nomes de três potências imperialistas da época que integraram a Tríplice Entente.

Foi assim chamada porque  ocorreu para pôr fim a vários conflitos espalhados pela Europa e porque envolveu vários países.   Alguns críticos concordam que a Segunda Guerra Mundial ( 1939 - 1945 ), teria sido um prolongamento desta.    Com relação aos países que integraram  a Tríplice Entente se encontram :  Inglaterra, França e Rússia.




10 . Observe os  mapas abaixo e escreva sobre a nova realidade geopolítica da Europa após o término  da Primeira Guerra Mundial


Mapa da Europa em 1914





Mapa da Europa em 1920












sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tarsila do Amaral - biografia e algumas obras

















TARSILA DO AMARAL - biografia e algumas obras



INFÂNCIA E APRENDIZADO

  Tarsila do Amaral nasceu em 1 de setembro de 1886, no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, passou a infância nas fazendas de seu pai. Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, 'Sagrado Coração de Jesus', 1904. Quando voltou, casou-se com André Teixeira Pinto, com quem teve a única filha, Dulce.

  Separaram-se alguns anos depois e então iniciou seus estudos em arte. Começou com escultura, com Zadig, passando a ter aulas de desenho e pintura no ateliê de Pedro Alexandrino em 1918, onde conheceu Anita Malfatti. Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com Émile Renard. Ficou lá até junho de 1922 e soube da Semana de Arte Moderna (que aconteceu em fevereiro) através das cartas da amiga Anita Malfatti. Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e Tarsila começou a namorar o escritor Oswald de Andrade. Formaram o grupo dos cinco: Tarsila, Anita, Oswald, o também escritor Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Agitaram culturalmente São Paulo com reuniões, festas, conferências. Tarsila disse que entrou em contato com a arte moderna em São Paulo, pois antes ela só havia feito estudos acadêmicos. Em dezembro de 22, ela voltou a Paris e Oswald foi encontrá-la.

1923

  Neste ano, Tarsila encontrava-se em Paris acompanhada do seu namorado Oswald. Conheceram o poeta franco suíço Blaise Cendrars, que apresentou toda a intelectualidade parisiense para eles. Foi então que ela estudou com o mestre cubista Fernand Léger e pintou em seu ateliê, a tela 'A Negra'. Léger ficou entusiasmado e até chamou os outros alunos para ver o quadro. A figura da Negra tinha muita ligação com sua infância, pois essas negras eram filhas de escravos que tomavam conta das crianças e, algumas vezes, serviam até de amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a estória da arte moderna brasileira. A artista estudou também com Lhote e Gleizes, outros mestres cubistas. Cendrars também apresentou a Tarsila pintores como Picasso, escultores como Brancusi, músicos como Stravinsky e Eric Satie. E ficou amiga dos brasileiros que estavam lá, como o compositor Villa Lobos, o pintor Di Cavalcanti, e os mecenas Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado.

  Tarsila oferecia almoços bem brasileiros em seu ateliê, servindo feijoada e caipirinha. E era convidada para jantares na casa de personalidades da época, como o milionário Rolf de Maré. Além de linda, vestia-se com os melhores costureiros da época, como Poiret e Patou. Em uma homenagem a Santos Dumont, usou uma capa vermelha que foi eternizada por ela no auto-retrato 'Manteau Rouge', de 1923.

PAU BRASIL

  Em 1924, Blaise Cendrars veio ao Brasil e um grupo de modernistas passou com ele o Carnaval no Rio de Janeiro e a Semana Santa nas cidades históricas de Minas Gerais. No grupo estavam além de Tarsila, Oswald, Dona Olívia Guedes Penteado, Mário de Andrade, dentre outros. Tarsila disse que foi em Minas que ela viu as cores que gostava desde sua infância, mas que seus mestres diziam que eram caipiras e ela não devia usar em seus quadros. 'Encontei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, ...' E essas cores tornaram-se a marca da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora e folclore. Ela dizia que queria ser a pintora do Brasil. E esta fase da sua obra é chamada de Pau Brasil, e temos quadros maravilhosos como 'Carnaval em Madureira', 'Morro da Favela', 'EFCB', 'O Mamoeiro', 'São Paulo', 'O Pescador', dentre outros.

Em 1926, Tarsila fez sua primeira Exposição individual em Paris, com uma crítica bem favorável. Neste mesmo ano, ela casou-se com Oswald (o pai de Tarsila conseguiu anular em 1925 o primeiro casamento da filha para que ela pudesse se casar com Oswald). Washington Luís, o Presidente do Brasil na época e Júlio Prestes, o Governador de São Paulo na época, foram os padrinhos deles.

ANTROPOFAGIA

  Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o 'Abaporu'. Quando Oswald viu, ficou impressionado e disse que era o melhor quadro que Tarsila já havia feito. Chamou o amigo e escritor Raul Bopp, que também achou o quadro maravilhoso. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário Tupi Guarani de seu pai. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico. A figura do Abaporu simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir, a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro.

Outros quadros desta fase Antropofágica são: 'Sol Poente', 'A Lua', 'Cartão Postal', 'O Lago', 'Antropofagia', etc. Nesta fase ela usou bichos e paisagens imaginárias, além das cores fortes.

A artista contou que o Abaporu era uma imagem do seu inconsciente, e tinha a ver com as estórias de monstros que comiam gente que as negras contavam para ela em sua infância. Em 1929 Tarsila fez sua primeira Exposição Individual no Brasil, e a crítica dividiu-se, pois ainda muitas pessoas ainda não entendiam sua arte.

Ainda neste ano de 1929, teve a crise da bolsa de Nova Iorque e a crise do café no Brasil, e assim a realidade de Tarsila mudou. Seu pai perdeu muito dinheiro, teve as fazendas hipotecadas e ela teve que trabalhar. Separou-se de Oswald.

SOCIAL E NEO PAU BRASIL

  Em 1931, já com um novo namorado, o médico comunista Osório Cesar, Tarsila expôs em Moscou. Ela sensibilizou-se com a causa operária e foi presa por participar de reuniões no Partido Comunista Brasileiro com o namorado. Depois deste episódio, nunca mais se envolveu com política. Em 1933 pintou a tela 'Operários'. Desta fase Social, temos também a tela 'Segunda Classe'. A temática triste da fase social não fazia parte de sua personalidade e durou pouco em sua obra. Ela acabou com o namoro com Osório, e em meados dos anos 30, Tarsila uniu-se com o escritor Luís Martins, mais de vinte anos mais novo que ela. Ela trabalhou como colunista nos Diários Associados por muitos anos, do seu amigo Assis Chateaubriand. Em 1950, ela voltou com a temática do Pau Brasil e pintou quadros como 'Fazenda', 'Paisagem ou Aldeia' e 'Batizado de Macunaíma'. Em 1949, sua única neta Beatriz morreu afogada, tentando salvar uma amiga em um lago em Petrópolis.

Tarsila participou da I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo, e participou da Bienal de Veneza em 1964. Em 1969, a mestra em história da arte e curadora Aracy Amaral realizou a Exposição, 'Tarsila 50 anos de pintura'. Sua filha faleceu antes dela, em 1966.

Tarsila faleceu em janeiro de 1973.




Algumas obras com comentários :





   Este é o quadro mais importante já produzido no Brasil. Tarsila pintou um quadro para dar de presente para o escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando viu a tela, assustou-se e chamou seu amigo, o também escritor Raul Bopp. Ficaram olhando aquela figura estranha e acharam que ela representava algo de excepcional. Tarsila lembrou-se então de seu dicionário tupi-guarani e batizaram o quadro como Abaporu (o homem que come). Foi aí que Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e criaram o Movimento Antropofágico, com a intenção de "deglutir" a cultura européia e transformá-la em algo bem brasileiro. Este Movimento, apesar de radical, foi muito importante para a arte brasileira e significou uma síntese do Movimento Modernista brasileiro, que queria modernizar a nossa cultura, mas de um modo bem brasileiro. O "Abaporu" foi a tela mais cara vendida até hoje no Brasil, alcançando o valor de US$1.500.000. Foi comprada pelo colecionador argentino Eduardo Costantini.







Paisagem com touro 
quadro com um touro no centro cercado pela paisagem de casas e campos




Operários
foto de várias cabeças de operários com uma fábrica ao fundo


O quadro Operários foi pintado em um momento em que Tarsila esteve ligada politicamente ao comunismo. No início dos anos 30 Tarsila esteve na União Soviética e participou de reuniões do Partido Comunista Brasileiro. Nesta época, a política e a temática do trabalho fizeram-se presentes em  suas obras
 



Anjos
quadro com varias crianças vestidas de anjo com as mãos juntas como se estivessem orando




Sono
o quadro sono tem uma árvore, algo parecido com um lago e uma fileira de umas coisas estranhas parecidas com uma táboa de cortar carne só que com as pontas redondas



Pescador
bonito quadro de um homem pescando em um lago



Sol Poente 
quadro com o sol se pondo no horizonte

Cuca
quadro com um desenho de um famoso personagem de monteiro lobato: a cuca


Tarsila pintou este quadro no começo de 1924 e escreveu à sua filha dizendo que estava fazendo uns quadros "bem brasileiros", e a descreveu como "um bicho esquisito, no meio do mato, com um sapo, um tatu, e outro bicho inventado". Este quadro é também considerado um prenúncio da Antropofagia na obra de Tarsila e foi doado por ela ao Museu de Grenoble na França. 





A Família 
quadro com uma família reunida para uma foto






Cartão Postal 
um lago, umas casinhas e umas plantas


Vemos a lindíssima cidade do Rio de Janeiro nesta tela, que é o maior Cartão Postal do Brasil. O macaco é um bicho Antropofágico de Tarsila que compõe a tela. 





Negra
pintura de uma negra, um quadro com imagem distorcida
 


Esta tela foi pintada por Tarsila em Paris, enquanto tomava aulas com Fernand Léger. A tela o impressionou tanto que ele a mostrou para todos os seus alunos, dizendo que se tratava de um trabalho excepcional. Em A Negra temos elementos cubistas no fundo da tela e ela também é considerada antecessora da Antropofagia na pintura de Tarsila. Essa negra de seios grandes, fez parte da infância de Tarsila, pois seu pai era um grande fazendeiro, e as negras, geralmente filhas de escravos, eram as amas-secas, espécies de babás que cuidavam das crianças. 






Lago
pintura de um lago azul





O Mamoeiro 
quadro com várias casas e alguns mamoeiros com mamões






Antropofagia
outra bonita pintura com um homem e uma mulher sentados



Nesta tela temos a junção do "Abaporu" com "A Negra". Este aparece invertido em relação ao quadro original. Trata-se de uma das telas mais significativas de Tarsila e o colecionador Eduardo Costantini, dono do "Abaporu", está muito interessado no quadro e já ofereceu uma soma muito alta por ele (que foi recusada pelos atuais donos).





Carnaval em Madureira 





Tarsila veio de Paris e passou o carnaval de 1924 no Rio de Janeiro. É curioso ver que ela colocou a famosa Torre Eiffel no meio da favela carioca.





Fonte : http://www.tarsiladoamaral.com.br